A inovação na gestão do negócio por Federico Amory

Quais habilidades que você e sua equipe têm poderiam ser desenvolvidas e aprimoradas, para surpreender seus melhores clientes?

Quais competências precisam desenvolver para complementar e alavancar sua estratégia?
Sua empresa tem uma estratégia definida, clara e conhecida por todos?

Quando perguntamos para alguns empresários, se na organização é considerada a inovação como uma prática diária, a resposta é quase sempre a mesma: é uma das nossas prioridades, mas quase sempre, no decorrer da realização do diagnóstico organizacional e durante a auditoria dos processos, verificamos de que estes não estimulam e nem sequer apóiam o trabalho inovador. Muitas vezes existe uma burocracia forte que impede de conseguir os recursos e o apoio para tentar uma solução nova, algo que com certeza vai conquistar   melhores clientes para a empresa. A qualidade para ser uma realidade precisa ser mensurada e freqüentemente revolucionada – testada fora dos padrões tradicionais.

Repensando as funções da Gerencia

Será que as funções tradicionais da gerência ainda correspondem com eficácia às novas necessidades do mercado? Conclua você mesmo sobre a questão.

Parece que quanto mais se mexe, mais inconformidades aparecem, e… sinceramente, creio que tem que ser assim. O questionamento sobre a eficácia e eficiência das funções gerenciais deveria ser permanente. Todos nós sabemos que a única coisa constante hoje em dia, é a mudança e quem não se atualiza e se questiona, praticamente está andando para trás.

Tanto no meio empresarial, como no acadêmico tem se dado muita importância aos modelos de gestão que permanentemente se renovam, e nas rodas de empresários, diretores e consultores, fala mais alto aquele que conhece a última sigla (em inglês claro!); porém, pouca ou nenhuma importância está se dando a adequação das funções tradicionais de gestão, junto a essas modalidades e às próprias necessidades do mercado local.

Fico observando por exemplo, quando as pessoas assistem a palestras, congressos, workshop etc., estão cheias de gás, entusiasmadas e determinadas a fazer acontecer e lutar contra o inércia e o comodismo dos condicionamentos; mas quando começam a encontrar barreiras e até críticas por querer melhorar algum procedimento ou processo, acabam desistindo logo no terceiro, quinto dia. Então fico me perguntando, qual foi o objetivo de mandar esta pessoa para o seminário?, foi só para aprender alguma coisa? o foi para aplicar alguma melhoria na empresa?. Se o motivo real é o primeiro, então, é melhor comprar alguns livros para ler, sai mais barato, e a pessoa não tem que se ausentar da empresa, perdendo um tempo precioso.

um dos paradigmas que mais tem limitado as organizações de alcançar maiores participações no mercado, ainda, é o pressuposto: “Eu penso e você executa” – nenhum ser humano se sujeita a isso cem por cento, pode tolerar em parte, por que precisa do emprego, mas o intolerável, mesmo sem perceber, é transformado em rebeldia.

Qual a melhor maneira de reverter essa situação? A experiência tem demonstrado que é preciso dar oportunidade às pessoas de participar mais diretamente na vida da organização, não só executando, como também reflexionando e buscando melhores níveis de desempenho, chegando ao nível de experimentar a satisfação de participar na execução das suas próprias idéias e sugestões, isto é, provocando a capacidade criativa e desenvolvendo a competência coletiva, aprendendo uns com os outros.

Algo que aproxima e motiva muito as pessoas nas empresas é o aprendizado em equipe. O aprendizado não pode continuar sendo realizado como uma reação às crises, ou simplesmente reativo, ele tem que ser planejado e executado como aliado indispensável em qualquer processo de mudança estratégica, de tal forma que seja um impulsionador convergente aos objetivos estabelecidos.

A nova onda nas empresas para desenvolver vantagens competitivas, agora é a inovação através do potencial humano, popularmente chamada de gestão de RH. Por exemplo, pesquisas realizadas pelo Hay Group do Brasil e pelo Serasa SP, onde se pesquisaram as 185 melhores empresas na gestão de pessoas; constatou-se que as 35 melhores com relação ao clima organizacional, tinham em média 38% margem líquida maior, além de uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido 25% superior às outras. Essa é maior prova de que vale a pena investir nas pessoas e no desempenho da organização.

Não é a toa que vários empresários visionários já quantificaram os prejuízos que tem ao contratar impulsivamente e pelas simples indicações de parentes e amigos. Um grupo menor ainda está utilizando os meios de comunicação em massa, como televisão e a Internet para, através de jogos empresariais, selecionar aqueles que mais se destacam. É a Gestão com foco e através das pessoas.

Estas mudanças do mercado estão obrigando as empresas (e os líderes) a mudar seu atual sistema de tomada de decisões, para um novo sistema que seja:

a) mais participativo, estimulando e valorizando as experiências e conhecimentos adquiridos

b) mais rápido, com decisões tomadas por quem está mais perto do problema, e não através de uma complicada e burocrática linha hierárquica;

c) mais eficiente e eficaz, utilizando e compartilhando o conhecimento e a inteligência de um número maior de pessoas, e não apenas dos gerentes.

Minha intenção nesta serie de artigo é encorajar você empresário / diretor, para que se questione o tempo todo, aceite o desafio e desenvolva seu próprio modelo de gestão do negócio, invista nos processos e na inovação através das pessoas, considerando a experiência que tratarei de passar pra você através destas linhas. Até o próximo artigo!

(*) Federico Amory
Consultor, professor e diretor da Amory Serviços S/C Ltda, especializada em Reestruturação organizacional e inovação na gestão do negócio – http://www.empresa-eficaz.com.br – mail to: ee@empresa-eficaz.com.br.
Publicado em 10/02/2010 no HSM global: http://br.hsmglobal.com/notas/56290-repensando-as-fun%C3%A7%C3%B5es-da-ger%C3%AAncia

A gestão de mudanças e o por que é necessário mudar


A verdadeira crise é a crise da incompetência.

          Por que será que algumas empresas estão crescendo, conquistando melhores resultados, não só financeiros, como de desempenho e imagem; e outras não conseguem sair do mesmo lugar, sempre atrás de concorrentes mais inovadores e até baixando os preços para tentar conquistar mais clientes?? A resposta é: hoje em dia, para ser auto-sustentável e manter seu fluxo de caixa equilibrado, é preciso MUDAR, aplicar o processo de melhoria continua, praticar e implementar o espírito da inovação em cada um de seus colaboradores. Isso é o mínimo que deveria se fazer. Sua empresa é eficiente ou é Eficaz?. Leia e conclua você mesmo.

Albert Einsten tinha razão, em nenhuma época na historia da humanidade aconteceram tantas mudanças como nos últimos 30 anos, mesmo assim, ainda existem muitos empreendedores (e empresários) que são resistentes às mudanças. Algumas vezes o empresário se coloca a margem da organização, contratando serviços de consultoria inclusive para que os funcionários melhorem seu desempenho.

Não deveríamos pretender que as coisas mudem (melhorem) se sempre fazemos o mesmo. As dificuldades e a crise são a melhor benção que podem acontecer com as pessoas, porque elas trazem progresso. Se ainda tem dúvidas, vejamos. Na década de 80 foi feita uma pesquisa por Luis Grifalco quando ele levantou todas as patentes que foram registradas nos órgãos internacionais de patentes. Ele observou um padrão muito interessante:

Primeiro, havia pico de incidências de lançamentos de patentes. Existiam certos momentos em que as pessoas eram mais criativas e, por tanto, eram registradas mais patentes.
Segundo, curiosamente esses picos ocorriam em momentos de grande crise econômica e
Terceiro, ele constatou que a distância entre esses picos era de aproximadamente 55 anos.

Exatamente como previsto, considerando estas tendências, o último pico teve inicio na década de 1990, o qual está sendo impulsionado pela biotecnologia, a eletrônica, a ciência espacial.

A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar «superado». Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, insulta o seu próprio talento e ainda passa a respeitar mais os problemas do que às soluções.

A verdadeira crise é a crise da incompetência. Outra evidencia de insanidade das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o comodismo. Em vez disso, trabalhemos duro e com inteligência, seja humilde e reconheça que precisa de ajuda – você não é obrigado a saber tudo. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que existe que é a tragédia de não perseverar e continuar lutando para superá-la. Pense de que cada vez que “fracassa” está mais próximo do resultado desejado.

Agora, você não precisa do surgimento de uma crise para melhorar seu desempenho pessoal,  da equipe de trabalho e da organização, desenvolvendo inclusive seu potencial de liderança. Você deveria se questionar todos os dias “como posso melhorar meus resultados e da minha equipe?” e para fazer isso, você vai precisar de tempo – pelo menos uns 30 minutos. Este é o  problema da maioria dos empresários / empreendedores. Não tem tempo, ou seja, não é prioridade. É claro que você não pode deixar de atender seus clientes e de resolver os problemas operacionais (e de pessoal) da sua empresa. Estas questões são urgentes e exigem nossa atenção imediata, porém são justamente as tarefas importantes (as que não fazemos), as que vão prevenir futuros problemas e garantir melhores resultados. Se precisar de ajuda neste sentido, fale conosco.

Numerosos estudos confirmam que as organizações mais rentáveis e de reconhecido sucesso são aquelas que um dia questionaram seu desempenho. Por exemplo: Um estudo recente confirmou que pelo menos um 86% das melhorias em vendas e rentabilidade em geral foram resultados de mudanças realizadas na direção estratégica. As mudanças do mercado estão obrigando as empresas a mudar seu atual sistema de tomada de decisões, para um novo sistema que seja:

a) Mais rápido, com decisões tomadas por quem está mais perto do problema, e não através de uma complicada burocrática linha hierárquica;

b) Mais eficiente e eficaz, utilizando a inteligência de um número maior de pessoas, e não apenas a dos gerentes.

Somente através da aprendizagem, do desenvolvimento profissional de todos os membros da organização, é que se podem produzir melhorias (mudanças). É como disse Jacques Nasser da Ford, «O que faz que um processo de mudanças funcione, em uma empresa, é a educação empresarial». Não existem magias, soluções rápidas ou outro caminho diferente que seja eficaz e seguro. Se algum “consultor” afirmar isso, tenha cuidado!!

Por outro lado, se observamos qual a melhor forma para um líder desenvolver vantagens competitivas, vamos descobrir que na maioria dos casos, foi criando novas condições de trabalho, ou seja, que o crescimento da organização está baseado justamente naquilo que não é conhecido – SIGNIFICA MUDANÇAS !!! e quando não aprendemos a provocar e aproveitar as mudanças – em outras palavras, nos acomodamos – a própria natureza nos prepara situações catastróficas (econômicas, naturais, globais, etc) – são as chamadas crises, justamente para nos obrigar a utilizar nossa criatividade e inteligência, no desespero da sobrevivência e sair da mesmice e da inércia do dia-a-dia.

Por Federico Amory