O líder sabe o que quer?


Mais do que nunca, a dissensão torna-se essencial para a sobrevivência e o crescimento das organizações produtivas. Consultor discute o posicionamento dos gestores que não promovem o embate de opiniões.

Vivemos numa sociedade de egos inchados, de carências afetivas e traumas devastadores que, queiramos ou não, limitam nossos resultados. Com alguma freqüência, encontramos empresários e diretores que demonstram uma necessidade muito grande da aprovação das pessoas e particularmente dos funcionários.

Recentemente, tive a oportunidade de assessorar uma empresa com sérios problemas no posicionamento estratégico. Aliás, essa palavra nem era conhecida.

A falta de organização, de informação confiável, de motivação interna e de satisfação dos clientes; era apenas reflexo de uma empresa sem horizonte, sem personalidade, que sobrevivia num clima de fingimento, de falsidade, onde a opinião do empresário mudava a cada conversa com um funcionário.

Qualquer pessoa que convivesse alguns dias dentro daquela organização poderia perceber que os bons funcionários eram aqueles que viviam fazendo de tudo para agradar o patrão. Por outro lado, os que tinham a coragem de falar o que pensavam, restava apenas um – isto por que era irmão do empresário.

Funcionário que concorda com todo que o empresário ou gerente fala não está ajudando em nada. Pelo contrário, está afundando mais a organização. O bom funcionário tem a obrigação de dizer ao seu líder o que talvez ele não queira ouvir, mesmo que isso cause transtornos no início.

Entretanto, o líder tem que necessariamente estar preparado para escutar com imparcialidade e considerar outros pontos de vista diferentes e até opostos ao seu. Todo este clima deve ser enfrentado profissionalmente, qualquer outra intenção escondida deverá ser percebida pelo líder experiente e sagaz.

A habilidade de persuadir e extrair o melhor das pessoas é uma das características mais importantes nos líderes do novo milênio. E, para isso, é necessário manter um sonho, uma visão, uma metodologia e um plano de trabalho, capaz de contagiar a todos os que convivem ao redor.

Então, para desenvolver esta habilidade vamos começar com reconhecer, encorajar e compensar a dissensão. Lembrando que vale a pena o desconforto temporário pelo fato de ouvir de um subordinado e/ou companheiro de trabalho quando se erra, porque dessa maneira aumenta a capacidade de tomar melhores decisões.

Prezados líderes e empresários, vamos renunciar a massagem do ego proporcionada pelos que “só dizem sim”. Defina com clareza sua filosofia de trabalho, onde deseja chegar e as melhores estratégias possíveis, de acordo com seus recursos e cultura organizacional, e venda esse sonho para seus colaboradores.

O líder moderno precisa ser íntegro, saber o que quer, saber planejar, mas também saber executar, transmitindo para todos com clareza os resultados desejados e os valores que os sustentam. Por outro lado, somente com a participação direta e a humildade de ouvir e aceitar as críticas construtivas de seus colaboradores é que vai conquistar seu apoio incondicional.

 

Por Federico Amory (consultor e líder principal da Amory Serviços S/C Ltda. Website: www.empresa-eficaz.com.br. E-mail: amory@empresa-eficaz.com.br.
HSM Online
15/07/2009

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